sábado, janeiro 08, 2005

Senhor, dai-me um coração resoluto*
Minha mãe sempre reclamou que era desestimulante oferecer-me presentes na infância. Diante da bicicleta, sorria. Da boneca quase do meu tamanho, agradecia. Ela me perguntava muitas vezes se eu havia gostado e parecia não acreditar quando eu dizia sim, sim, está bem, gostei, está ótimo, não precisava. Não sei porque cargas d’água eu era fiel a uma lógica interna, a que me acompanha desde criança: manter-se serena, no coração e na mente, diante do infortúnio e da felicidade. Mas, hoje, hoje está difícil controlar minha alegria: minha filha chega de viagem. Permitam-me.

*Frase de uma oração que recitava todas as noites.

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