sábado, maio 22, 2010

Ulisses





as mãos que trouxe

esqueço no meu corpo.
estrela de Antares me desvelo
e, grego, me apregôo.
se é tarde hasteio a vela ao tempo
e velejo à volta de meu ombro. aí vou
e onde ancoro salto e então revejo
a ilha de quem sou não tem fim.
arcano duende sofredor e crente
aceno o pano ao longe e à pele
do país da pessoa de onde eu venho.
aceno e já nem sei se eu creio
ou se advinho, na imagem do nome
do meu rosto, o meu destino.

(Carlos Rodrigues Brandão)