quarta-feira, janeiro 26, 2005

Casados? Cada um na sua cama.

Estive conversando com minha psicóloga, conhecida empresária e vendedora de caldo de cana, a Dona Lurdes, sobre relacionamentos. (sem contar a Clarice, manicure, ela é a pessoa mais sábia que conheço). Dona Lurdes pensa que num casamento maduro, os envolvidos devem dormir em camas e cômodos separados. É muito melhor, afirma convicta. Quando se quer algo mais, é só bater na porta do quarto e perguntar sem rodeios: vai aí, um carinhozinho extra? Quando um não quer, dois não brigam, ela reafirma, não adianta insistir. Argumento que, neste caso, então, não seria interessante fazer o outro mudar de opinião? Ela até considera. Mas diz que dividindo a mesma cama fica mais difícil dizer um não educado quando se quer dormir sem enfrentar a terceira jornada de trabalho do dia: sexo conjugal. Ela também acha que sexo, depois de muitos anos compartilhados, é melhor que seja realizado de forma não programada. Depois do café da manhã, no meio da tarde, entre um freguês e outro (aquele último caldo que tomei, deus do céu). Filha, entenda o seguinte, quando a gente fica mais velho, quer mesmo é dormir à vontade, sem incomodar e nem ser incomodado. Mas, Dona Lurdes, a Sra, já dormiu de colherzinha? Parece tão romântico. Já dormi até de cuia, minha filha. Homem por trás, com aquele braço pesado em cima da gente, roncando na sua nuca? Unhum. Um pesadelo. Vai por mim, filha, homem bom é aquele que te aparece de manhã, de banhozinho tomado e que não te enche a paciência de noite quando você não está com vontade. Você vai querer ficar com ele o resto da vida, pode ter certeza.
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Dona Lurdes parece pouco apaixonada. Será?

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