quarta-feira, janeiro 16, 2013

Paradoxos da (Des)existência



Eu só ando por dentro de mim; se fui em outro lugar foi pra me ver. Não saio de dentro de mim nem pra pescar. Ando mais por dentro de mim do que na estrada. Passarinhos existem para dar movimento ao entardecer. Eu me recolho no abandono para ser livre. Desenharam nas pedras meu silêncio. Uma árvore que eu vi dava borboleta em vez de flor. Só o cinzento de uma tarde me amanhece. Mexer com gratuidades me enriquece. Manoel de Barros. Em Espelunca