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Danielle Huillet e J.M. Straub “O cinema consiste em surpreender uma coisa que não mais se repetirá”. J.M.Straub. |
sexta-feira, dezembro 02, 2011
Da presença
domingo, novembro 27, 2011
"A Nave Fantasma"
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Yoko e Lennon - créditos
Como termina um amor? - O quê? Termina? Em suma ninguém - exceto os outros - sabe disso; uma espécie de inocência mascara o fim dessa coisa concebida, afirmada, vivida como se fosse eterna. O que quer que se torne objeto amado, quer ele desapareça ou passe à região da amizade, de qualquer maneira, eu não o vejo nem mesmo se dissipar: o amor que termina se afasta para um outro mundo como uma nave espacial que deixa de piscar: o ser amado ressoava como um clamor, de repente, ei-lo sem brilho (o outro nunca desaparece como se esperava). Esse fenômeno resulta de uma imposição do discurso amoroso: eu mesmo (sujeito enamorado) não posso construir até o fim minha história de amor: sou o poeta (recitante) apenas do começo; o final dessa história, assim como minha própria morte, pertence aos outros; eles que escrevam o romance, narrativa exterior, mítica. (Roland Barthes. Fragmentos de um Discurso Amoroso).
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segunda-feira, novembro 21, 2011
Vivo em Goi
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Leonardo Lobo |
quente
domingo, novembro 20, 2011
A Sagração
segunda-feira, outubro 24, 2011
quinta-feira, outubro 13, 2011
Supernovas
sou uma mulher que pulsa
quinta-feira, outubro 06, 2011
domingo, outubro 02, 2011
Psicopompo

domingo, setembro 04, 2011
Suave Coniunctio (ou Setembro)
sábado, setembro 03, 2011
Forum
quinta-feira, junho 16, 2011
terça-feira, maio 24, 2011
Amores Captativos

É impressionante como ao ler um mesmo texto, temos diferentes concepções de seu significado conforme o tempo em que o lemos. (Re)li, como se fosse a primeira vez, a análise do arquétipo de Judas no livro do Jean-Yves Leloup*. O autor discute nossas relações uns com os outros, em especial, quando estamos em idolatria, que é semelhante à paixão: quando pedimos o absoluto a um ser relativo. Quando este ser nos decepciona, entramos, naturalmente, no desespero. E ele segue com análises importantes. Conta-nos como Judas não consegue se colocar no meio na relação com o Mestre. Segundo o autor, precisamos aprender a tocar o outro no meio, entre sua dimensão humana e divina. Judas queria um líder político e não um homem que salvasse a poucos e se prestasse às calúnias e à morte. É por essa decepção que passa facilmente da idolatria ao desprezo. Ele esperava demais, com ilimitadas expectativas, e, paradoxalmente, com uma limitada visão das coisas. E é essa atitude que o faz vender e trair o Mestre. Depois do ato, Judas se enclausura na própria culpa e se envenena. Diferente de Pedro, que erra e se redime, pois é capaz da prática do perdão com o outro e, portanto, consigo próprio. Com a atitude típica de um suicida, Judas não crê no perdão e isso se volta contra ele. Ele era assim e por esse motivo, útil ao serviço da traição. Leloup nos lembra que a palavra doença, em hebraico, significa andar em círculos, estar preso em um círculo, estar fechado na conseqüência dos seus atos e do seu carma. Leloup nos recorda a incapacidade de perdoar, o excesso de expectativas e a avareza destes homens que, não souberam compreender Madalena, o arquétipo contrário a Judas. A que lavou os pés de Jesus com caros perfumes e foi por isso repreendida (seria mais útil “dar o dinheiro aos pobres”). Homens como Judas, que se prestaram ao serviço da traição, não souberam ver a generosidade de Madalena, a grandeza de seu abnegado gesto, que dava mais do que o que possuía, além de oferecer de si própria. Madalena é o arquétipo da generosidade e da entrega, incapaz de se realizar em homens presos nos sintomas de seu desespero, na ilusão e avareza das aparências, na idolatria que não concebe o respeito, o amor como algo que se coloca entre o humano e o divino. No arquétipo de Judas há alguma coisa deste estado de consciência que nos envenena, que envenena a existência. Como conclui o autor: em Madalena, vemos o arquétipo do amor oblativo e em Judas, o do amor captativo, tão bem expresso em Giotto na cena do beijo. Um gesto que tem a aparência de amor, mas é um gesto vazio.
Tai, agora entendi.
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*Leloup, Jean-Yves. Caminhos de Realização. Dos Medos do Eu ao Mergulho no Ser. Ed. Vozes.
segunda-feira, maio 23, 2011
Evangelização Diária
quinta-feira, maio 19, 2011
domingo, maio 08, 2011
A Rosa Meditativa

sábado, maio 07, 2011
sexta-feira, abril 15, 2011
sexta-feira, abril 01, 2011
Aproveitar o Tempo

Aproveitar o tempo!
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!...
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E estremece, no mesmo movimento que o da terra,
E oscila, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino.
(Álvaro de Campos)
quinta-feira, janeiro 13, 2011
A Última Folha

"Subsistem folhas nas árvores, aqui e ali. E fico freqüentemente diante delas, pensativo. Contemplo uma folha e fixo nela minha esperança. Quando o vento brinca com ela, todo o meu ser treme. E se ela cai, que se pode fazer, minha esperança cai com ela.”