quinta-feira, outubro 13, 2011

Supernovas


Supernova I

sou uma mulher que pulsa
um oco no fim da expiração
um lugar seguro
no quintal da infância
onde eu brincava só

sou um brincar que pulsa
um sopro no fim da expiração
um vôo no portal da infância
um quintal no fim
uma mulher só


Supernova II

sou um pulsar que brinca um oco no quintal
uma mulher na infância sou um vôo no fim
um oco no portal um quintal no fim um lugar
uma mulher um sopro um vôo sou um sopro
no fim uma mulher na infância um pulsar um
brincar um vôo sou só um sopro no fim só
um sopro que pulsa que brinca que voa

Supernova III

sou
um pulsar
que brinca
um oco
no quintal
uma mulher
na infância
um vôo
no fim

sou
um oco
no portal
um quintal
um lugar
um vôo
uma mulher
um quasar
um brincar

sou
um sopro
no fim
um vôo

7 comentários:

leãonardo carmo disse...

heloisa,
adorei este poema. tem uma sonoridade cativante!

leãonardo carmo disse...

heloisa,
adorei este poema. tem uma sonoridade cativante!

Atena disse...

Leo, a segunda estrofe nem tanto... Já me disseram que os poemas devem ter ritmo para controlar a respiração, salvar afogados, certamente os próprios poetas, né? Obrigada por comentar.
Beijos!!!!

leãonardo carmo disse...

poesia para salvar afogados, os próprios poetas?
pena o torquato neto não ter lidouvido esse (a) especialista ou doutor (a) em poesia.
seu ambiente literário é sofisticado. eu não alcanço.
eu diria - parafraseando um amigo -que se acha poesia " nesses velhos terrenos baldios onde o lixo parou pra sonhar ". ab.L

Atena disse...

Leo, vai aí, do Dr. Mário:

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
Mário Quintana

Saudações poéticas!

leãonardo carmo disse...

heloisa,
não sabia que o mário quintana era doutor! nesse caso, retiro o meu comentário, eu que nem mesmo me penso passarão.

Atena disse...

BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Mário Quintana

(tem que ser doutor em simplicidade pra escrever assim).Bj e bom feriado.H