domingo, maio 08, 2011

A Rosa Meditativa

Rosa Meditativa. Salvador Dali

Foi o destino. Estava tudo programado e algo em mim sabia. Que seria difícil. Algo no ápice da intensidade: do medo, da dor, da alegria. Alguém estranho, mas, ao mesmo tempo, tão próximo: mesmo tipo sanguíneo, mesmo jeito de olhar, e, logo, os mesmos hábitos, gostos literários, a mesma paixão pelo silêncio, pela escrita, pela arte. Não sem alguma culpa, identifico-me, também, com algumas dificuldades (doloroso suspiro). Admiro-me por sua singularidade na sutileza e inteligência, por sua sabedoria nata e, suprema glória compartilhada: pela nossa compreensão mútua, sem palavras. Como naquele momento, há exatos dezenove anos, era o dia das mães. Ela era o meu presente: Maria Clara, minha Rosa Meditativa, sublime expressão de força, sabedoria e beleza. Nem Dali poderia interpretar esta florescência amorosa para além das raízes e dos frutos.

Nenhum comentário: