domingo, maio 29, 2005

Redenção

Tomou-lhe a graciosa criança dos braços. E foi como um instante de redenção. Segurar o filho do novo casamento dele tinha algo de recomeço. Num segundo, cenas animaram-se com profusão de sentimentos: o namoro, o casamento naquele templo egípcio, os gestos cotidianos únicos, o cheiro, a agressividade, a dureza de suas mãos e de seu abraço, o sentimento de incompletude e insuficiência inúteis a qualquer esforço, as dores da separação. Teria sido perdoada, enfim? Devolveu-lhe a criança agitada em seu colo e conseguiu sorrir, com genuína alegria.

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