quinta-feira, setembro 07, 2006

Tarô Mítico

O homem é o sonho de uma sombra. Deve sofrer para compreender. Oréstia, Ésquilo.
Acendo o incenso, coloco um música suave, forro o chão com a toalha rúnica e espalho as lâminas em cartas claras. Íris, a mensageira, enfrenta as dificuldades da estrada. O carro corta-lhe o caminho, impede-lhe de realizar-se como Helena, a Rainha de Copas, uma mulher com vocação para o amor. Está sob o peso de decisões importantes, impasses. Aparentemente, ela viaja rumo à conclusão da viagem. Todavia, num nível mais profundo, submete-se à vontade maior de Zeus, o deus dos deuses. No passado, era com a fertilidade e a abundância solar de Deméter que ela se identificava. Hoje, é no mundo de Hades que caminha. Como a Sacerdotisa - Psiqué, desce as escadas, na escuridão, para o encontro marcado com Perséfone, sua sombra. É sua face de trabalho incessante que mostra aos outros. Ocultamente, entretanto, está submetida às determinações de Apolo, o deus solar. Sob as ordens dos deuses, Orestes, aquele que nasceu marcado pelo peso da maldição familiar, sugere: faça o que está determinado e aceite as limitações momentâneas do seu destino.

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