quarta-feira, janeiro 18, 2006

Construção de Intimidade

Neste final de semana, reuni-me com alguns primos para o bate papo ameno no almoço de Domingo. Conversamos sobre relacionamentos, sobre a história da família, sobre casamentos. Um deles contou como é difícil a lição da intimidade entre duas pessoas. Relatou que num dos dias da lua de mel, foi ao banheiro da suíte do casal e, constrangido com a proximidade, tentou relaxar e concentrar-se sem fazer barulhos. Aliviar-se no silêncio, como definiu. Esforço inglório. Ao primeiro ruído, surdo e tímido, o parceiro, no outro cômodo, soltou a infame frase que fez com que desejasse estar morto: peidou, hein?
Nada mais constrangedor, rimos às gargalhadas. Fiquei chocada. Eles parecem tão arrumadinhos e sóbrios, tão respeitosos. E eles não se separaram, não. Ao contrário, vão comemorar bodas de prata. Lembramos, então, de uma passagem do filme Gênio Indomável. Quando o psicólogo conta das flatulências incontinentes da esposa já falecida e diz, com o exemplo, que num relacionamento, é a aceitação das idiossincrasias do outro que tece a teia da intimidade. Só eu sabia algumas particularidades dela, e isso fazia com que ela fosse minha, de alguma forma, confessa o psicólogo. Ninguém é perfeito, ele conclui, resta saber se são perfeitos um para o outro.

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