sexta-feira, novembro 04, 2005

João de Barro

Alice Capel

Sentada no banco junto à fonte,
solitária e introspectiva,
observo os pássaros que gorjeiam alegres .

O João-de-barro pousa no teto de sua casinha.
Minutos depois vejo-o entrando e saindo,
levantando as asas
num gesto de louvor e contentamento.

Tive vontade de entrar naquela morada,
tão pequenina e aconchegante.
Ah..se pudesse... estaria ali, quietinha, em silêncio,
Assim ,talvez , ficaria incólume do frio que reside
em minha alma.

É impossível manter este anseio infantil...quimérico.

Volto-me para outras paragens
Revejo os pássaros alegres...ágeis...barulhentos.
Eles vão e vem.....voam e repousam num festim
sem igual.

Em pares, voam muito alto e alguns retornam.

Há aquele que se distanciou do bando, sem par,
solitário e triste, tenta alcançar os companheiros
que se foram...para sempre.

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