domingo, março 06, 2005

Nóvoa

Hoje assisti a uma palestra do Vice Reitor da Universidade de Lisboa, o professor António Nóvoa. Ele foi um grande inspirador de minhas reflexões teóricas e práticas a respeito do trabalho de recolher histórias de vida na formação de professores. Gostei muito do que ele disse (estava quase sem voz, afinal, quem resiste ao calor brasileiro?). Começou a fala com um quadro de A. Breton e outros: O Cadáver Esquisito (ou elegante). Técnica surrealista que envolvia várias mãos na composição de uma obra e que inspirou um antigo blog que possuíamos, o blog esquisito, escrito com o Luís (Ene) e o Alysson Ferrari (J. Kern). Já comecei a gostar daí. Depois, disse algumas pérolas, como:

Diz-me como ensinas e dir-te-ei quem és.
Ou
Diz-me quem és e dir-te-ei como ensinas.

Professor é como médico: um erro pode ser fatal, trágico na vida de um indivíduo.

A memorização é necessária para o processo criativo (sempre pensei nisso, afinal, Mnemósina é mãe das musas).

Falou também de programas curriculares como programas alquímicos e em transposições deliberativas, uma substituição ao termo transposição didática, influenciado por J.Habermas e que envolve conhecimento teórico, prático, profissional e pessoal (inclua-se aí os valores e a ética).

E terminou com a Teoria do Caos, lembrando que as asas de uma borboleta podem influenciar um tufão no outro lado do mundo, além do que é preciso sonhar. E que os sonhos têm que acontecer, pois tudo que é necessário, é possível.

Dei a ele o meu livro e ele me disse que temos grandes afinidades. Ele também fez história e se doutorou em educação e é apaixonado por teatro (amanhã apresento essa disciplina por lá).

Agora só falta ele me convidar para dar uma palestra em Lisboa.Vocês sabem, adoro Fernando Pessoa (rs).

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