segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Noturno

Escalo paredes de pedra.
Apoios frágeis
largam-se da base.

O gato cai da janela.

Solto-me das bordas
e sou levada pela rua
em águas incontidas.

(preocupação).

Acendo as luzes.

Sinto frio, calor,
uma pressão nas costas,
que é quase dor.

Algo toca-me a nuca.

(medo).

Ligo o som de
um lamento tibetano.
Mantras ao fundo
revelam caos e sofrimento
no tumulto multicolorido dos passantes.

(dor).

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