domingo, fevereiro 26, 2006

Contínuo

Deito sentimentos na folha branca intacta e o sangue corre pelas veias sem transbordar ou encontrar expressão nos gestos loucos do teclado no silêncio da boca. Os órgãos trabalham em comandos mínimos automáticos e mantém aquilo a que chamo vida por não ter outro nome.Tanta indefinição esgota as linhas e entrelinhas do texto que seleciono tudo e apago os símbolos mesmo que o coração mantenha o ritmo e os olhos fiquem abertos e a folha branca continue sem a tinta das gotas que formam rios represados disciplinados em seu curso.A folha branca insiste e lembra-me do oceano. Desfaço o contratexto e mantenho as palavras sempre poucas. Insuficientes. De todo inúteis.

Nenhum comentário: