sexta-feira, dezembro 02, 2005

Nino, o predador

Nino está feliz. Recuperou o peso e está gordinho de apertar. Cresceu o pelo. Corre e brinca por toda a casa (nas poucas horas diárias em que se mantém acordado). Esfrega-se tanto no Trilogia de Nova York do Auster que penso que deseja comê-lo. Faz o mesmo com as violetas. Chamo-o pelo nome para oferecer-lhe algum carinho e ele nem move a cabeça. Só se aproxima depois de um tempo de pausa e, quando finalmente atende ao chamado, disfarça ao cheirar uma pequena formiga, ou algo insignificante pelo caminho. Deixa claro, dessa forma, que não atende ordens. Quando é o contrário, faz tudo para ser notado. Sobe no teclado, ajeita-se entre mim e o monitor, mia em vários tons. Nesta semana, torturou uma lagartixa. Ele a perseguiu como se fosse um brinquedo, até que ela expirasse. Nosso bichinho de pelúcia, não passa de um felino predador, pensei. Fiquei desapontada e dei-lhe conselhos. Contei-lhe a história do filhote Zumbi, da Carmem, que foi adotado pela gata Nina que o amamenta com farta produção de leite, mesmo sendo castrada. Ele ignorou e me lançou aquele olhar doce, amoroso. Perdoei tudo.
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(Este post é dedicado à Maria do Carmo de Castro Teixeira. Ela tem uma alma nobre, tecida de sensibilidade, de beleza e do amor pela vida das plantas e dos animais).

Um comentário:

CacáManacá disse...

Obrigada querida!
Bjo na alma!!!