Ando por espaços escuros,
entre paredes altas e pedras antigas.
Vejo janelas altas.
Portas centenárias
olham-me de cima, trancadas.
Há um odor indefinido.
Flores envelhecidas,
incensos apagados, cera queimada.
Procuro a passagem obscura,
mas não a encontro.
Todos já foram embora.
Estamos só eu, meus passos abafados e
gestos contidos que movem o espaço.
Piso devagar para aumentar o silêncio
e captar vozes distantes, sons inaudíveis.
O peito respira com força.
Sustenta o peso das costas, arrepios na nuca.
Sem dores ou perguntas.
Sou só sensações.
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