segunda-feira, janeiro 12, 2009

De imaginários e iconografias

(porque o real é aquilo que imagino)
Índole Investigativa

Amo tudo aquilo com o qual me envolvo. E funciona assim com coisas, conteúdos, pessoas. E o envolvimento nem sempre é desejável, nem sempre é voluntário. Conheço, muitas vezes por algum estímulo mais ou menos consciente, fruto de alguma escolha ou obrigação. E é assim que disponho-me a abrir para investigar, ver, relacionar, ouvir, compreender. E este esforço me salva do tédio, cria redes de significado, começa a fazer parte de mim de alguma forma. Então, independente do universo de valor deste objeto, ele passa a ser amado. Num contexto onde todos só querem se envolver com aquilo que amam, eu, ao contrário, apaixono-me por tudo aquilo com o qual me envolvo.


Iconoclastia

Reencontrei um antigo namorado. Um ex-namorado importante, vale dizer. Ele é casado e me convidou para jantar em sua casa. Numa reunião com amigos íntimos, coloquei o convite em pauta. As opiniões se dividiram. Alguns acharam que eu deveria ir, seria uma forma de transformar a relação, profanar o ícone como uma referência intocável do passado (isso ajudaria no presente, argumentaram). Outros opinaram que não. Seria de uma formalidade constrangedora e desnecessária, quase uma dor. E, depois, quem disse que é bom destruir referências? Desde que não nos imobilizem, modelos ideais servem como parâmetros daquilo que realmente importa, refúgios em momentos de aridez emocional.

4 comentários:

luís ene disse...

vir aqui e não ver comentários é quase tão triste como vir aqui e não ver novas entradas, porque é como se não fossem lidos e textos que não são lido são textos tristes.

Atena disse...

Querido,

Sinto-me à vontade neste clima desértico, quase íntimo deste blog (escrever pouco e sem regularidade é uma boa estratégia para mantê-lo assim).

E gosto muito de compartilhar textos com algumas pessoas, mas só com algumas...vai entender...

Beijos com saudades.

Anônimo disse...

Heloisa. se você gosta de compartilhar textos só com algumas pessoas, porque não faz um blog fechado para os amigos? Alguns blogs fazem isto, só os convidados
com senha é que têm acesso ao blog.
Só gosto de ler blogs onde sou bem-vinda:)
Teresa

Atena disse...

Teresa,

"Algumas pessoas" significa poucas pessoas.

De qualquer modo, seja sempre bem vinda.

Abração.