(p/ Manoel de Barros)
Cansaço na alma.
Alguém diz que o escolhi.
Esboço um sorriso.
Algo entre a ironia
e a aceitação.
Elogiam minha fluência.
Quando é mais importante
o que calo.
Banho-me no sol
branco do meu peito.
Percebo o mundo
com a visão
e a audição
diminuídas.
Sem alimentos
na memória
do que foi
ou será
observo os caminhos
forrados pelas acácias
da primavera.
Acaricio o gato Nino,
converso com
orquídeas e violetas.
Vivo a vida das formigas.
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